Dono da maior biodiversidade do mundo e com uma vasta quantidade de oleaginosas, o Brasil deu início a exploração de mais uma fonte de energia limpa com a inauguração da primeira usina de biodiesel no dia 24 de março de 2005.
“Estamos dando um sinal ao mundo de que, em um futuro bem próximo, o petróleo não será motivo para que haja guerra no mundo”, disse o presidente Lula durante a homologação da usina Sayminas Biodiesel (Grupo Biobras), em Cássia (MG), como a primeira a comercializar o combustível.
O Biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais, gorduras animais ou óleos residuais de fritura e pode ser usado puro ou misturado ao diesel de petróleo, sem que sejam necessárias modificações em motores automotivos ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc).
A sua adaptalidade aos motores de diesel é a principal vantagem em relação a outros combustíveis limpos como o biogás e gás natural.
Para o Brasil, além de reduzir a dependência em relação ao petróleo, a produção do biocombustível fortalece o agronegócio e cria um novo mercado para óleos vegetais.
Lula definiu a inauguração do programa brasileiro de biodiesel, chamado “Plantando Combustível”, como uma nova matriz energética com ganhos sociais, já que o programa será inicialmente sustentado pela produção de oleaginosas por pequenos agricultures, muitos de regiões pobres do país.
Desde o mês de julho de 2008, de acordo com decisão do Conselho Nacional de Política Energética, o percentual de biodiesel que deve ser adicionado ao diesel comum, em todo o Brasil, subiu de 2% para 3%.
Este aumento tímido significará um acréscimo de 400 milhões de litros na demanda do biocombustível ao ano.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já deu sinais de que existe a possibilidade de que o governo federal antecipe a adoção do B5 (adição de 5% de biodiesel) para 2010, três anos antes do prazo, segundo Delmo Vilhena, membro do Conselho de Administração da Comanche Clean Energy, no Jornal da Bioenergia (agosto, 2008).
Com a adoção do B3 a demanda por biodiesel vai alcançar pouco mais de 1,2 bilhão de litros por ano. Mas segundo Vilhena, a capacidade instalada do parque de usinas do país, atualmente, está em 2,5 bilhões de litros por ano.
Obtenção
O biodiesel pode ser obtido através do craqueamento, da esterificação ou pela transesterificação.
Esta última, mais utilizada, consiste numa reação química de óleos vegetais ou de gorduras animais com o álcool comum (etanol) ou o metanol, estimulada por um catalisador.
Há dezenas de espécies vegetais no Brasil das quais se pode produzir o biodiesel, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre outras.
A mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado B100.
Com informações do Portal do Biodiesel
Fonte: Carbono Brasil